O mês de setembro ganhou a cor amarela para demonstrar a luta contra algo que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica como epidemia: o suicídio. A data não é aleatória. No dia 10 deste mês é comemorado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, ressaltando a importância dessa discussão.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2016, 62.804 pessoas cometeram suicídio no Brasil, chegando a 12 mil suicídios por ano. O índice é maior entre homens, que correspondem a 79% deste número.
No mundo todo, o número anual é superior a 1 milhão de casos. No entanto, essa quantidade pode ser ainda maior, pois muitos casos são notificados como simples acidentes.
Entre as principais causas do suicídio estão os transtornos mentais. Em 96,8% dos casos, a vítima apresentava depressão, transtorno bipolar ou outros transtornos afetivos. O uso de substâncias químicas, como álcool ou drogas ilícitas, também se mostra como um agravante para o problema.
A IMPORTÂNCIA DE PREVENIR O SUICÍDIO
De acordo com a OMS, o suicídio poderia ser evitado em 90% dos casos. No entanto, ele ainda é um problema silencioso.
Graças ao tabu que envolve o tema, a prevenção ainda é pouco debatida nos principais meios, como televisão, jornais e outros veículos de informação. Recentemente, a série “13 reasons why” (Netflix, 2017) esquentou o debate e fez com que o assunto chegasse aos jovens, às escolas e também dentro das famílias.
A oportunidade de debatê-lo, seja movido por uma série de ficção ou por eventos, como o próprio Setembro Amarelo, permite que a prevenção seja empregada em diversos meios.
GRUPOS DE RISCOS
O suicídio se tornou mais comum em alguns grupos da população. Entre os jovens de até 25 anos, ele é a segunda causa de morte. Além de problemas como os transtornos afetivos, o bullying e outros tipos de assédio estão os principais motivos que levam os jovens a pensar em suicídio.
A falta de políticas sobre qualidade de vida para idosos também incluiu essa faixa etária entre os grupos de risco, uma vez que o suicídio nessa idade pode ser ainda mais silencioso e subnotificado.
Entre os indígenas está a maior taxa: a cada 100 mil habitantes indígenas, são registradas 15,2 mortes. Entre brancos, a taxa é de 5,9, enquanto para negros e amarelos o número chega a 4,7 e 2,4, respectivamente.
ONDE PROCURAR AJUDA
Para quem pensa no suicídio como uma solução, o ideal é se abrir com pessoas próximas e de sua confiança. Caso isso não seja possível ou a resposta não tenha sido o suficiente para ajudá-lo, é possível encontrar instituições que auxiliam esse processo.
A principal instituição na luta contra o suicídio é o CVV (Centro de Valorização da Vida). O atendimento é completamente gratuito e sigiloso, podendo ser feito por telefone (número 188), WhatsApp ou e-mail.
É essencial que a pessoa que pensa em suicídio procure a ajuda adequada. O suicídio não é uma simples vontade de morrer, ele é a maneira que algumas pessoas enxergam para lidar com problemas que afetem a sua relação com o mundo ao redor ou com problemas emocionais. O auxílio de algum profissional capacitado para atendê-lo pode ser o primeiro passo para encontrar soluções menos violentas para resolver problemas complexos.