No dia 28 de junho comemora-se o Dia do Orgulho LGBTQ+. A data remete à “Revolta de Stonewall”, que em 2019 comemora 50 anos.
Na ocasião, travestis e transexuais responderam à repressão de um grupo de policiais ao histórico bar Stonewall, um marco para a comunidade LGBTQ+ em Nova York. O evento ficou conhecido como o nascimento do movimento por direitos igualitários desses grupos minorizados.
Passados 50 anos, foram muitos os avanços. Mas o Brasil se mantém como o país que mais mata e violenta LGBTQ+, principalmente travestis e transexuais, que possuem uma expectativa média de 35 anos de vida.
De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), entidade referência no levantamento de dados sobre a LGBTQ+fobia no país, o Brasil teve 420 mortes registradas decorrentes do preconceito em relação a homossexuais, bissexuais e transgêneros. O principal instrumento de violência nesses casos foi a arma de fogo.
DISQUE 100
O Disque 100 é um canal de denúncias para crimes contra os direitos humanos. Em conjunto com outros órgãos, como o GGB e o Transgender Europe, entre 2011 e 2018, foram registrados 4.422 de mortos por LGBTQ+fobia. Ou seja, uma morte a cada 16 horas.
No mesmo período, foram registrados 16.326 casos relatando quase 27 mil violações. Apenas em 2018, 667 alegaram ter sofrido violência física.
Também no ano passado, foram 1.871 acusações de violência psicológica sofridas por LGBTQ+.
O QUE É SER LGBTQ+ NO BRASIL
O Brasil é um país cheio de diversidade e múltiplas realidades. Ser LGBTQ+ num país assim garante diferenças significativas. Em São Paulo, por exemplo, ao mesmo tempo que existem diversos casos de homolesbotransfobia, há também a maior parada do Orgulho LGBTQ+ do mundo. Em outros lugares do país, entretanto, demonstrar homoafetividade em público ainda é um grande tabu.
O dia do Orgulho é importante por isso: é a celebração de poder existir de uma maneira diferente do que é proposto pela heteronormatividade. Afinal, quem estabeleceu as regras e por que elas devem ser aplicadas a todas as pessoas?
A luta por direitos igualitários passa exatamente por essa discussão. Se cidadãos não têm suas especificidades contempladas pelas leis, é necessário alterá-las ou criar novas que contemplem essas pessoas, que poderão se sentir inseridas à sociedade com mais segurança e integração.
O QUE DEVE SER FEITO
Para mudar esse cenário, é necessário garantir a educação sexual e de gênero para os jovens na escola, estimulando o respeito aos direitos humanos e a cidade de grupos minorizados.
Leis afirmativas também devem ser assinadas para garantir o respeito à população LGBTQ+. Recentemente a votação que equiparava o crime de homofobia ao racismo foi aprovada por maioria no STF. No entanto, isso não é o bastante. Medidas punitivistas podem ter o efeito contrário quando o objetivo é promover igualdade e respeito.
Sendo assim, o investimento em políticas públicas, com campanhas e projetos na área da saúde devem também estar nos projetos de qualquer ação que tem como objetivo ser mais inclusiva.
Conheça alguns projetos independentes que acolhem LGBTQ+ em momentos difíceis e lutam por seus direitos:
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos