No dia 17 de maio é comemorado o Dia Internacional contra a Homofobia em mais de 60 países. A data é uma alusão a quando a OMS retirou a homossexualidade da lista de doenças, em 1990, significando um importante passo para a luta de direitos civis dos LGBTs.
A homossexualidade ainda é considerada crime em mais de 70 países. Em lugares como o Afeganistão, Mauritânia, Paquistão, Iêmen, Nigéria, Sudão, Iraque e Irã, a punição para quem se relaciona com alguém do mesmo gênero é a morte.
De acordo com um levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram vítimas fatais de crimes motivados pela LGBTfobia em 2017, no Brasil. O número, que representa uma vítima a cada 19 horas, foi o maior já registrado pelo GGB desde que esse monitoramento anual começou a ser elaborado, há 38 anos.
Desse número de LGBTs assassinados em 2017, a maior parcela é representada por travestis e transexuais. O Brasil é o país com mais mortes motivadas pela transfobia, com um número três vezes maior do que o segundo colocado deste infeliz ranking, o México. Pessoas trans e travestis no Brasil têm expectativa de vida de 35 anos, enquanto no resto da população brasileira esse número é mais que o dobro, chegando a 74 anos.
COMO MUDAR A SITUAÇÃO ATRAVÉS DAS AÇÕES DE SUA MARCA
Para que esses números possam mudar, é necessário abrir o debate em todos os setores da sociedade – inclusive o mercado de trabalho e, mais especificamente, o marketing. Levar mais representatividade, além de ser uma importante questão para promover o bem-estar da população LGBT, é a maneira de aumentar a identificação do seu público com a sua marca.
Hoje em dia é comum ver ícones que levantam a bandeira LGBT estrelando campanhas, como a drag queen Pabllo Vittar, a modelo transexual Lea T., o comediante Paulo Gustavo, entre outros nomes do entretenimento. Nós da Linka separamos algumas sugestões para que o marketing faça a sua parte na luta contra a LGBTfobia.
Não tenha medo: um dos principais motivos para as marcas não investirem em campanhas para esse público é o medo de um feedback negativo. O pink money (mercado voltado ao consumo LGBT) já é uma realidade que move bilhões de dólares em todo o mundo, se tornando um mercado extremamente lucrativo e que agrega valor social à sua marca – um capital muito importante para sobreviver na geração dos millennials. Por isso, não tenha medo de investir e se posicionar nessa causa.
Identidade da sua marca: a principal bandeira do movimento LGBT é representada com as cores do arco-íris, mas isso não quer dizer que toda campanha voltada a esse público deve ser exclusivamente com esse estilo. Além das outras bandeiras inseridas dentro desse vasto movimento, você também pode manter a sua identidade visual usando a criatividade para passar a sua mensagem.
Conteúdo diverso: um erro de muitas empresas é relacionar o consumo LGBT apenas aos momentos de lazer e diversão. As campanhas de marcas de bebida e preservativos, por exemplo, já superaram o tabu de anunciar campanhas especialmente para esse público, mas é necessário transcender o estereótipo de festas que normalmente é retratado.
Tenha continuidade nas ações: não escolha apenas uma ocasião para envolver o público LGBT em sua campanha. Para que sua marca tenha mais sucesso em suas ações, é necessário ter continuidade.
Seja sincero: se a sua empresa não tem uma política de inclusão, não faça uma campanha tentando usar essa bandeira apenas para aquecer suas vendas. É necessário que o seu discurso esteja alinhado com as atitudes da marca, pois, principalmente com as redes sociais, uma ação sem fundamento como essas pode facilmente trazer um buzz negativo às suas páginas.
Converse com profissionais LGBTs: escolher pessoas LGBTs para estrelar uma campanha pode não ser o suficiente. É necessário contar com pessoas que estejam envolvidas nesse debate desde o momento da criação da peça, evitando cometer gafes em cima de assuntos que já foram bastante debatidos pela comunidade.
A Agência Linka defende a importância de combater o ódio e a repulsa, que são características da discriminação contra os LGBTs, para alcançar uma sociedade baseada na tolerância e no respeito ao próximo. A defesa e a celebração da diversidade é necessária para garantir o fim da violência e oferecer mais dignidade a todas as pessoas.